02.07.2017

Judoca de corpo e alma



A edição de junho da AABB em Revista convidou uma atleta de grande importância para o judô. A abebeana Deborah Pierini Cidade de Sá construiu uma relação tão forte com o esporte que acabou escrevendo um livro totalmente dedicado ao assunto. Confira a entrevista e conheça mais sobre essa advogada, atleta, escritora, mãe e esposa que se dedica a tudo que ama, inclusive à AABB Porto Alegre.

AABB Porto Alegre - Há quanto tempo você é associada do Clube? Há mais de 20 anos. Apesar de ser neta de um dos sócios fundadores da AABB e filha de advogado do Banco do Brasil, efetivei minha matrícula apenas quando me casei, em 1996.

AABB - Como começou a sua relação com a AABB? Meus filhos foram um marco na mudança desta relação, que era apenas casual, pois já éramos sócios de mais outro clube, onde velejávamos. Por força das circunstâncias, acabamos nos voltando exclusivamente a AABB, já que ela atendia a todas as novas demandas familiares. Foi aí que realmente descobri o Clube, enquanto espaço rico em diversidades culturais, esportivas e sociais.

AABB - Como você e sua família utilizam a estrutura do Clube? A estrutura do Clube que mais utilizamos atualmente está relacionada aos esportes, mas já aproveitamos muito os espaços para festas, as churrasqueiras, o restaurante para os almoços, a piscina, inclusive à noite, no verão. A gurizada adora. Na verdade, tudo começou com o futebol. Meu filho foi aluno do Prof. Camelo Cavalcante, aos quatro anos e agora, aos 15, orgulha-se de fazer parte de sua equipe. De lá para cá, só temos expandido a utilização. Mais recentemente, tenho utilizado o Clube para meditação em grupo que acontece todas as quartas-feiras à noite, em uma das salas gratuitamente disponibilizadas pela AABB. Trata-se de uma atividade iniciada ano passado e que vem tomando corpo, graças à iniciativa da associada Iolanda Rosa da Silva, somada à dos praticantes de yoga e de alguns outros sócios do Clube. Só não utilizo mais, porque não consigo. Por exemplo, mês passado, perdi o curso de culinária oriental. Também fico louca pra testar as novas quadras cobertas de beach tennis. E o pessoal da corrida está sempre me incentivando a participar. Infelizmente não dá pra fazer tudo (risos). Importante dizer que a estrutura também está intimamente relacionada ao quadro de funcionários, que são excelentes. Então, eu já passo pela portaria recebendo aquele sorriso do pessoal. De nada adianta um clube que te proporciona tudo, mas não te passa um clima bom.

AABB – Como começou a sua relação com o judô? Em 2008, quando meu filho tinha seis anos, o levei para praticar judô na AABB com o Sensei Cid Corrêa Rodrigues Jr. e, de lá para cá, nunca mais parou. Em 2009, quando abriu uma turma para veteranos, eu me matriculei. As artes marciais sempre me atraíram, mas nunca tinha tido a oportunidade de praticar. Quando iniciei os treinos, eu já tinha 39 anos. Ate então, eu velejava, fazia aulas de aeróbica e dança. Eu já tinha ficado um ano só observando meu filho dentro de um dojô, e aquela evolução toda dele, em termos de habilidade motora e autoconfiança, me chamou muito atenção. Apesar de sempre praticar esportes, comecei realmente “do zero”, cheia de medos e inseguranças. Então fui me dando conta que aquele momento não era só de aprendizado mecânico de técnicas, mas sim um excelente meio de autoconhecimento, de aprimoramento mental e, inclusive, espiritual. Não foi à toa que minha filha, a caçula, quis seguir o mesmo rumo. Essa já lutava em casa desde os 2 anos (risos). Foi muito tranquilo pra ela, tendo a mãe e o irmão já judocas, subir no tatame e de lá não mais sair. Graças a todo o apoio e incentivo, recebidos do Sensei Cid Jr., de meus colegas de tatame (hoje, passados quase dez anos, muito mais do que meros colegas), de vários outros mestres e da AABB, em 2016, fui aprovada nos exames para shodan (que não são fáceis nem poucos), tendo sido a primeira faixa preta da AABB e, por enquanto, a única, cenário que deverá mudar em breve, uma vez que estamos com vários atletas faixas marrom aptos a se inscreverem. Não tenho palavras pra expressar minha gratidão a Renato Zimermann, atual presidente da AABB, pela confiança que sempre me depositou e, com a colaboração do Ney Ramires, pelas portas que me abriu dentro do Clube pra que eu perseguisse essa meta até o fim. Em resposta a tudo isso, trouxe pra AABB a terceira melhor nota geral no exame de Nage No Kata, prestado por mais de 30 atletas muito mais jovens que eu, tendo sido a primeira melhor nota entre as mulheres. Também trago pra AABB a satisfação de ter sido a segunda melhor nota no exame de arbitragem. E, depois de tudo isso, recebi da Federação Gaúcha de Judô a promoção por mérito por excepcionais serviços prestados ao judô. Nada disso é meu. É tudo conquista desse grupo maravilhoso que integra a AABB e, exclusivamente por essa razão, faço questão de expor, pra que entendam o potencial que esse Clube tem e o valorizem.

AABB – Pratica outros esportes? Quais? Além do judô, pratico yoga há uns 6 anos e, mais recentemente, jiu jitsu. Faço musculação há décadas, e na academia devo muito aos professores Raul e Duda. Concentro tudo na AABB. Sem desmerecer tantos outros excelentes profissionais e amigos que atuam em outros locais, tenho enorme apreço e admiração pelos professores da AABB, me sentindo aquilatada por todos os lados. Pra termos uma ideia, em todo o Estado, há cerca de 20 kodanshas vivos (são os professores de judô acima do 6º Dan, os mais graduados, usam faixa coral ou, mais adiante ainda, a vermelha), sendo que, desses, apenas uns dez ainda dão aulas. E um deles, o sensei Cid Jr., está na AABB. No jiu jitsu, estamos com o Prof. Lucas Gatti, faixa preta da equipe Alliance, que além de sua excelente metodologia de ensino e didática, é fisioterapeuta, o que traz uma sensação de segurança no treino dos movimentos, sobretudo pra quem já passou por algumas lesões, como eu. O ambiente, sempre familiar em todos os grupos que me insiro, é de elevado respeito e fico feliz de ver que as mulheres estão cada vez chegando mais. No yoga, tivemos sempre excelentes professoras. Atualmente estamos com a Prof. Milene Bobsin, uma pessoa iluminada e que também ama o que faz.

AABB – Participa dos eventos sociais e culturais? Quais? Sim, não sou uma pessoa de vida social intensa, sou caseira, mas já estive em um Garden Party, nas festas juninas, natalinas, feiras e na festa Destaques do Ano. Todos os eventos são sempre maravilhosos.

AABB – Quais foram os momentos mais marcantes vivenciados no Clube? Minha festa de casamento, o aniversário de um ano de meu filho, o Destaque do Ano recebido por ele, então bicampeão citadino de judô, o Bonenkai (evento de judô em que ocorrem as trocas de faixas) de 2013 em que eu e meus filhos fomos promovidos juntos (pela última vez), os Kangeikos, em que pernoitamos em um enorme tatame montado no Salão Panorâmico com todos os nossos atletas de judô, inclusive meus dois filhos, buscando o aprimoramento físico e mental, com treinos de madrugada, e, mais recentemente, o lançamento de meu livro no Piano Bar da AABB no ano passado. Para o futuro próximo, estou com grande expectativa no encontro de mulheres praticantes de jiu-jitsu que ocorrerá no dia 15 de junho na AABB, organizado pelo mestre Lucas Gatti.

AABB – Sabemos que você lançou o livro Do – uma opção de vida. Como surgiu a possibilidade de escrever o livro? Sou apaixonada por livros. Simplesmente aconteceu como resultado natural dessa junção de práticas afins (todas tem raízes nas filosofias orientais), de anos de leituras de finais de semana, de apanhados de esboços que escrevia para avançar meu raciocínio, querendo entender as conexões existentes entre as artes marciais, o yoga e as filosofias do oriente. Quando me dei por conta, eu tinha um livro no prelo.

AABB – Pretende escrever outros livros? Não tenho essa pretensão. Assim como não tinha quando fiz meu livro. A sensação de publicar um livro é única. Envolve desapego, humildade, aceitação. Ver seu livro chegar em alguns cantos do Brasil e do mundo, receber retorno emocionado dos leitores, porque “a mensagem do livro chegou no momento certo” ou “porque nele está escrito tudo o que eu sempre pensei e não conseguia expressar”, por exemplo, é muito gratificante. Esse livro foi fruto de um amadurecimento pessoal e de uma reflexão sobre como utilizar os ensinamentos aprendidos no tatame nos impasses da vida.

AABB - Como vê o crescimento da Associação? Já adoramos a AABB assim como ela é. No entanto, sonho também com um espaço grande, reservado a artes marciais (ampliando-as com tai chi chuan), yoga e meditação e outras práticas zen, como a massagem do in. Sei que a AABB está em boas mãos. O que for pra ser, será. E sou sempre voluntária a contribuir pra seu crescimento. Tenho um vínculo de afeto muito especial com este Clube. Sei que farão o melhor para a coletividade.

AABB - Dê algumas dicas para os associados aproveitarem ainda mais a AABB: A AABB pode ser aproveitada de muitas maneiras. Pra quem ama esporte, encontra futebol, tênis, beach tennis, vôlei, bocha, capoeira, inúmeras artes marciais, yoga, remo e até xadrez. Pra quem adora culinária, ficará bem servido com os inúmeros cursos oferecidos no espaço gourmet. Pra quem tem crianças, tanto os espaços apropriados a elas, quanto as atividades oferecidas, são de uma variedade incrível. Pra quem gosta de eventos sociais, a AABB possui um calendário intenso o ano todo. Eu, particularmente, aproveito a AABB do meu jeito: fazendo dela um ponto de encontro e interação com meus familiares, meus amigos e colegas. Seja durante um bate-papo rápido, seja compartilhando com eles alguma das várias atividades que pratico lá dentro. Faça chuva ou faça sol, estou lá e não me canso de olhar pra cada árvore que mora no Clube. A AABB é minha segunda casa.

Voltar
Associação Atlética Banco do Brasil - Porto Alegre
Av. Coronel Marcos, 1000 Bairro Ipanema CEP 91760-000
Central de Relacionamento:
Segunda a sexta-feira, das 8h às 19h
Sábados, das 9h às 17h

51 3243.1000