Em 1963, Annie Ernaux, então uma estudante de 23 anos, engravida do namorado que acabara de conhecer. Sem poder contar com o apoio dele ou da própria família numa época em que o aborto era ilegal na França, ela vive praticamente sozinha o acontecimento que tenta destrinchar neste livro quarenta anos depois, quando já é uma das principais escritoras de seu país. Com a ajuda de entradas de seu diário e de memórias há muito guardadas, Ernaux reconstrói seu périplo solitário para realizar um aborto clandestino. Ao refletir sobre a onipresença da lei e seu imperativo sobre o corpo feminino, Ernaux nos apresenta mais uma face da mescla indissociável do íntimo e do coletivo, tão característica de todo o seu percurso literário. Quando por fim encontra uma “fazedora de anjos” disposta a realizar o serviço, a jovem acaba na ala de emergência de um hospital. Anos se passam sem que ela tenha coragem de revisitar o episódio. Em sua relação radical com a escrita, porém, Ernaux encontra o caminho para falar publicamente de seu aborto e fazer da literatura uma profissão de fé, que comove pela honestidade cortante.
| Autoria |
Ernaux, Annie - aut Pontes, Isadora de Araújo - trl |
|---|---|
| Assuntos |
Biografia estrangeira Autobiografia Literatura francesa Memória Mulheres - Aborto |
| Editora | Fósforo |
| Tipo | Livro |
| Ano | 2022 |
| Extensão | 74 p. |
| ISBN | 9786589733553 |
| Localização | 929 E71a 2022 |
| Exemplares | 1 exemplar(es) |
| MARC | Visualizar campos MARC |